domingo, janeiro 06, 2008

Criptocríticas: 1001 discos para ouvir antes de morrer


1001 discos é um livro para ser exibido, não para ser lido. Deveria seduzir o público que acha que pode fazer caber a música pop em cima da mesa de centro. Deveria ter um título menos imperativo, porque “1001 discos para ouvir antes de morrer” me dá vontade de ler inteiro. E se eu o leio, é lógico que eu quero saber mais do que apenas quais são os discos. Se ao longo de 960 páginas o livro só me trouxer esta informação, vou ficar frustrado.

Que tal um pouco da história das bandas? Nada. E já que os discos são separados por década, por que não um resumo de cada uma? E quem sabe algumas estatísticas? Afinal o número 1001 não pode estar ali à toa. Quais as bandas com mais entradas? Quais os anos com mais discos? Como ficaria o Brasil num ranking dos países mais representados no livro? Cheguei ao final ansioso para descobrir, e me deparei com um mero índice remissivo.

De qualquer forma, foi um passatempo conveniente durante essa semana no estaleiro com uma pedra no rim. Pois é. Mais sobre isso em breve.

link: um blog interessante contestando o livro

9 Comments:

At 1:07 PM, janeiro 08, 2008, Blogger Unknown said...

Afinal, do que sao cheias as paginas entao? Cada pagina um disco? com a capa ilustrada? Ao contrario de vc, esse titulo nao me da a menor vontade de ler. Ainda que eu seja fa de listas. Alias, acho q justamente por isso. Nao da pra ter uma lista com 1001. Nao me diga que quem fez a lista ouviu 100.000 discos e fez uma rigorosa selecao pra escolher os 1001 (ate porque acho que da pra nascer e morrer nesse tempo, considerando q pessoas dormem, comem, etc). No final, o conceito fica tao vago que nao faz a menor diferenca se o disco X esta em lugar 919 ou 968. Fora que so num disco sao tantos fatores intrinsecos que mal da pra comparar 2 discos (talvez da mesma banda seja mais facil): a ordem, cada musica, o conjunto, a influencia, o show do disco, a banda, o ambiente musical em que foi lancado... como se compara o pablo honey com sargent peppers com nevermind?

Isso pra mim cheira de longe a algo nada serio...

Representacoes graficas e estatiscas seriam quase uma desculpa para gerar interesse numa lista vazia como essa, mas, infelizmente, nao passou pela pobre cabecinha do editor, q de qq maneira deve estar com os bolsos cheios de dinheiro, mesmo com a ideia de qualidade duvidosa.

As vezes me impressiono com a minha capacidade de destilar veneno sobre o assunto sem ter lido uma linha do livro. Mas algumas coisas nao precisamos fazer pra saber que nao eh a nossa/minha praia, ne? Eh como passar o carnaval em salvador e ver filme com o mel gibson.

Post dentro do post, obrigada pelo hosting! hehe
 

At 4:26 PM, janeiro 08, 2008, Blogger Mauro said...

Pela primeira vez um comentário maior que o texto principal. Tudo bem, teve um cara que postou "Memórias póstumas de Brás Cubas" nos comentários do cocadaboa.
 

At 6:27 PM, janeiro 08, 2008, Blogger Rodrigo Rego said...

Defendendo o livro na medida do possível:

1- pra mim a graça é justamente comparar pablo honey com sgt peppers e nevermind. Quem se importa com o contexto? Importa qual te dá mais prazer em ouvir (sgt. peppers, disparado).

2- Infelizmente, o livro não faz isso, apenas descreve mil e um discos em ordem cronológica, mais ou menos um por página. Ou seja, não é um top 1001, que teria sido brilhante pela megalomania.

3- Acho que todos os criticos que contribuem para o livro (mais de 50) devem ter ouvido mais de 100 mil discos sim.

4- Tem uma vantagem em serem 1001 discos em ordem cronologica e não um top ten. O suspense. Você vai lendo ano a ano, disco por disco. Sabe aquele seu disco favorito do, sei lá, Creedence Clearwater Revival, de 1972? Desde 1969 vc está na expectativa de o disco aparecer. Chega 1972, e nada de Creedence. Você suando em bicas, falando porra, não é possível, botaram até disco dos Monkees e não tem Creedence? Aí chega na página do disco do Creedence e você respira aliviado. Ou a página nunca chega e você xinga os críticos em silêncio. Essa é a grande graça do livro, mas admito que não vale o quanto pesa (uns 2 quilos, fácil).
 

At 7:22 AM, janeiro 10, 2008, Blogger Unknown said...

Este comentário foi removido pelo autor.
 

At 2:20 PM, janeiro 11, 2008, Blogger Rodrigo Rego said...

Achar que listas devem ter um sentido prático na vida está em terceiro lugar na minha lista de porque as pessoas não compreendem verdadeiramente a arte (arte não, parece ter alguma utilidade. o hobby) da listagem.
 

At 3:07 PM, janeiro 12, 2008, Anonymous Anônimo said...

Lista de músicas para se escutar e lembrar que tudo é uma grande bobagem e poder dar risadas da "seriedade" da questão "listas":

1. Mika - Lollipop
2. Dimmy Kieer - Pôe mais Glitter
3. Morcean Worker - Trés Trés Chic
4. Monty Phyton - Lumberjack Song
5. Alcione – Forró do xenhenhém

E a ordem é feita a partir de um estudo sócio-antropológico que eu poderia até explicar por meio de gráficos e referências cruzadas, mas ia ter que rolar um curso preparatório pro público...

(essas músicas são legais mesmo, podem escutar!)

beijos, queridos Rodrigo e Luayza!

:)
 

At 2:35 PM, janeiro 13, 2008, Blogger Unknown said...

entao, acho melhor eu me recolher na ignorancia de nao entender a arte das listagens.
 

At 7:30 PM, janeiro 13, 2008, Blogger Rodrigo Rego said...

Barbara, renascendo das cinzas! Vou investigar as músicas! beijo!

Luyza, tirou seu comentario anterior pq??
 

At 6:13 AM, janeiro 14, 2008, Blogger Unknown said...

para aproveitar que aqui tem ctrl+Z.
 

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Profile

Rodrigo Rego

Sou designer, fascinado por bandeiras, jogos de tabuleiro, países distantes, e uma miscelânea de assuntos destilados quase semanalmente neste espaço.

Visite meu site, batizado em votação feita aqui mesmo, Hungry Mind.

rodrego(arroba)gmail.com
+55 21 91102610
Rio de Janeiro

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