Conspiração Larousse II – palavrões de alto calão
Quem viu a reportagem de ontem? Eu vi e detestei. O Lichote deu um tom pesado, carregado no moralismo. Imposição da Globo? Ou ele simplesmente encaretou? Está tratando a disseminação de palavrões em destaque nos dicionários como calamidade.
Lichote foi até a casa de Elton, o gênio do mal por trás da manipulação dos verbetes do Larousse. Sim, ele é nerd, e não, não usa óculos, embora seus olhos pequenos e vermelhos dêem a impresão de precisar. Ele é filmado o tempo todo com uma câmera granulada, balançando como se estivesse oculta, mas era evidente que não estava. Pura estratégia pra dar à matéria um ar de denúncia.
A câmera passeia tremida pelo quarto e sala onde o revisor mora, mostrando as paredes forradas com desenhos de pênis e estantes cheias de miniaturas da Marvel fazendo o Kama Sutra. E aí de repente desvia para focar na gengiva prognata de Elton que diz:
– Quando as crianças vêem animações de bonequinhos nos cantos de página dos dicionários, elas estão aprendendo subliminarmente toda uma casta muito rica do nosso vocabulário que é omitida pelas mães e pelas escolas religiosas. Por isso que eu privilegio os termos chulos mais sofisticados. Chamo eles de palavrões de alto calão. Quero ouvir as crianças falando que acabaram de eructar, e não de arrotar. Quero vê-las falando que estão com a glande intumescida, que seu colega é flatulento, é aí que vejo que meu trabalho tem valor.
Depois um close na gengiva, na risada anasalada, e fim da reportagem. Hoje o caso repercutiu no jornal Meia Hora, com o título “Revisor de dicionários quer ver bilau de criancinhas”. Amanhã esse cara no mínimo vai preso.
E enquanto isso as crianças curiosas que assistiram à matéria já estão subindo estantes atrás do Aurélio do papai. Os palavrões de alto calão vão rapidamente ganhar as escolas. E o Elton, escavando pênis a garfadas nos tijolos de sua solitária pedófila, vai rir por último seu riso anasalado.
12 Comments:
At 2:08 PM, abril 17, 2008, Anônimo said...
cara só vou dizer que se o mundo real fosse mais como suas histórias ele seria muito mais divertido.
Sou do time que acredita que Paul morreu atravessando a Abbey Road e que a viagem de marco polo até a china é mentira inventada por hollywood. Não por que acho que tenho base pra isso, mas por que o mundo seria muito mais interessante se isso fosse verdade.
Esa foi a última vez que googleio suas histórias pra ver se saquei, a partir de agora vou assumir tudo como verdade e o resto da internet é que está omitindo.
:)
At 10:38 PM, abril 17, 2008, Rodrigo Rego said...
Agora estou curioso pra saber que termos vc procurou e que resultados encontrou. Não te encorajo a parar de googlar não. Talvez procurar a veracidade desses posts na internet te leve a histórias ainda mais divertidas.
At 4:33 PM, abril 18, 2008, Anônimo said...
Pô, rodrigo, você tem que ser mais preciso nessas suas informações.
Só vi esses 2 últimos posts hoje (sexta-feira) e fui atrás da verdade. Acontece que na segunda-feira, você disse que a matéria ia passar "hoje" (segunda-feira). E o seu próximo post foi na quarta, falando sobre a matéria de ontem (terça). Eu já sei até que seu argumento vai ser que a matéria começou na segunda mas acabou na terça (já que o JG é bem neste horário) mas não vai colar.
No site do telejornal não há nenhuma menção a esse seu devaneio em nehuma das duas edições.
Seu flatulento!
At 5:46 PM, abril 18, 2008, Rodrigo Rego said...
Hahaha, o argumento é mais tosco que esse: este post deveria ter saído na terça-feira, mas por falta de tempo, acabou ficando pra quarta. Esqueci de corrigir no texto.
Mas a reportagem passou mesmo, segunda-feira. Eu juro.
At 5:57 PM, abril 18, 2008, marceladias said...
HUAHUAHUAHUA!!!!
Mto bom Rodrigo, eu vivo esquecendo de visitar seu blog, mas sempre q eu lembro é uma pérola atras da outra! Em relação aos palavrões, um dia vc podia escrever sobre o "boa sorte" artístico, o famoso MERDA! (em caixa alta hein).
Bjokas!
At 1:02 PM, abril 20, 2008, Rodrigo Rego said...
Hahaha! Pra falar sobre o "MERDA" eu não tenho muito background. Minha única experiência com peça de teatro foi Pluft, o Fantasminha, aos 12 anos. E naquela idade eu não conhecia ainda essa palavra. =)
bjo!
At 9:59 AM, abril 22, 2008, Mauro said...
Eu já disse a um ator uma vez: "quebre a perna". Acho que eu tinha visto isso em algum filme dublado na televisão quando era pequeno e ficou na cabeça. O ator não deve ter entendido nada. Ou entendeu e riu da minha cara.
At 11:36 PM, abril 25, 2008, Anônimo said...
só vou te avisar uma vez, toma cuidado com esse teu blog. Ele é o primeiro resultado no google para "bilau de criancinhas".
Já avisei o departamento de pedofilia da polícia federal..
At 2:48 AM, abril 26, 2008, Anônimo said...
O negócio é sério. Além de ser o primeiro resultado, é o único que tem a expressão completa (ainda bem, imaginem se fosse uma expressão super frequente!).
Ótimos posts, gostaria de ter visto a matéria, caso tenha existido.
Abraço.
At 1:33 PM, abril 28, 2008, Rodrigo Rego said...
Desde que o temo bilau de criancinhas apareceu por aqui, os acessos ao blog dobraram...
Aparentemente, descobri um nicho cheio de gente interessada e ninguém oferecendo conteúdo. Quem sabe não abro um blog especialmente dedicado ao tema?
At 12:54 PM, maio 02, 2008, Lili said...
Vc é maluco.
:P
Bjo.
At 2:22 PM, maio 06, 2008, Rodrigo Rego said...
=) É por causa de elogios assim que eu continuo escrevendo.
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