sexta-feira, novembro 18, 2005

Falta de assunto

Já desde o fim das férias que ando meio engarrafado. As demandas vão se acumulando na boca do funil e as idéias para resolvê-las pingando a conta-gotas. Essa semana transbordou pro lado de cá: não consegui arrumar assunto pra escrever no blog. Já aconteceu antes, mas agora meu estoque de emergência, textos anacrônicos postados sempre que a imaginação falha, acabou. O que se faz? Entupir de diálogos, mas o quê, se não tenho nem tema para fazer alguém conversar? Pular muitas linhas, aumentar a fonte, escrever na vertical, tudo isso precisa de um mínimo de conteúdo pra ser embromado. Poderia falar sobre a própria falta de assunto, que é o que fiz até agora, mas com perspectiva de guinadas súbitas em breve, tomara. Outra possibilidade é ser mais autêntico e não escrever até que um bom tema surja, já que não tem ninguém me pagando pra cobrar prazos. Mas agora já estou escrevendo, dançou.

Posso falar do tempo, das perspectivas de neve ainda essa semana, mas fica parecendo conversa de vizinho no elevador. Ou digressionar sobre alguma trivialidade do cotidiano, mas não posso falar de nada do que aconteceu essa semana, pra não dar pista que meu pai tá aqui. Meu pai me proibiu de mencionar a passagem dele por Berlim pra me visitar. E que se fosse absolutamente necessário, em caso de última urgência, então que ressaltasse em maiúsculas que só veio porque emendou essas férias num curso da Petrobrás que ele fez na Inglaterra, senão ia todo mundo ficar achando que eu sou muito dependente. As circunstâncias o impeliram tão ululantemente que ia ficar até feio se ele não viesse.

Aí complica, não ter assunto e ainda ser impedido de falar que no fim de semana passado fomos pra Dresden, que em meio à neblina constante abriu sol durante dois dias só pra gente poder conhecer a cidade e as montanhas no vale do rio Elba que têm nos arredores, que além dos livros meu pai me trouxe também suco de caju, feijão já cozido e um CD do Brian Wilson, e que os planos pra esse sábado e domingo são de ir pra Varsóvia, mesmo que a temperatura lá já esteja abaixo de zero.

E ó, meu pai me mata se alguém souber que exatamente na hora que o mocinho e a mocinha trocam alianças no filme do Zorro ele soltou o maior, registrado pelo Guiness Book of Records, ronco do mundo e o cinema inteiro veio abaixo de risada, então bico fechado, cala-te boca, vaca amarela cagou na panela.

Na verdade essa censura toda tá me cheirando mais é a ciumeira pintada de psicologia inversa, que ele queria mais era ter um post só pra ele como aquele da minha mãe em julho, mas a gente finge que não percebe e dá-lhe uma bicuda no balde que tava lá pra ser chutado mesmo. Pai, esqueça o título do post, esse fica sendo o seu, pra empatar o jogo.

5 Comments:

At 8:16 PM, novembro 19, 2005, Blogger Mauro said...

Rego, o que vc estava fazendo vendo o filme do Zorro? Deve ter algo de mais interessante pra se fazer em berlim! É isso que dá ter computador da apple, não dá pra baixar filme ilegalmente.
Já notou que a bandeira da Argentina naquele site escroto das bandeiras está errada?
 

At 9:08 PM, novembro 20, 2005, Blogger Rodrigo Rego said...

não achamos muitas outras coisas de interessante pra fazer em dresden, e dado o frio, não era animador nem procurar. O zorro era o filme que me pareceu mais simples de entender em alemão, então acabou sendo esse mesmo.

Aliás, se vc é fa de quadrinhos e essas coisas, me explica um negócio: o zorro é um herói californiano, certo? mas do tempo que a california era do méxico ou dos eua? porque no filme todos os mexicanos sao bandidos e o zorro vota a favor de a california adotar a constituicao americana, achei meio estranho. Será que nego deformou a historia a esse ponto ou eu que tinha uma idéia errada na cabeça?
 

At 9:23 PM, novembro 20, 2005, Anonymous Anônimo said...

O Zorro é um quadrinho americano ou espanhol?

Ah ta =]
 

At 7:23 AM, novembro 21, 2005, Blogger Rodrigo Rego said...

provavelmente americano, né?

mas a lenda... se é que é baseado em alguma lenda, deve ser anterior.
 

At 8:45 AM, novembro 22, 2005, Anonymous Anônimo said...

Fofo, esse post.

:)
 

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Profile

Rodrigo Rego

Sou designer, fascinado por bandeiras, jogos de tabuleiro, países distantes, e uma miscelânea de assuntos destilados quase semanalmente neste espaço.

Visite meu site, batizado em votação feita aqui mesmo, Hungry Mind.

rodrego(arroba)gmail.com
+55 21 91102610
Rio de Janeiro

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