Michael Phelps
Passado oficial:
De infância pobre, morava numa ilha isolada. Tinha que nadar dois quilômetros todo dia pra ir à escola. Foi descoberto por um olheiro num tour de ornitólogos pelos Everglades.
Novo passado:
Ninguém relaciona Michael Phelps com a emenda Phelps, que chegou a ser aprovada na câmara mas foi vetada pelo presidente Clinton, em 1997. Até porque quem a redigiu foi Frederick Phelps, senador pelo estado de West Virginia e pai do futuro nadador.
Em 97 Michael já sabia nadar, mas não dedicava mais atenção ao esportedo que qualquer outro garoto de 13 anos. Todo dia sentava junto a um tutor especializado em crianças muito inteligentes, que o ajudava a escrever a gramática e o vocabulário de uma nova língua para os Estados Unidos.
Phelps tinha essa noção extremada e um pouco infantil de que uma potência mundial com os EUA não podia falar um idioma estrangeiro, era como postergar a influência inglesa para séculos além do domínio do império britânico. Dos onze aos treze anos, ele e seu tutor formularam um novo idioma baseado no iroquês, língua das nações indígenas que habitavam o entorno do lago Ontario, na época dos pioneiros da colonização americana.
O novo idioma de Michael era cheio de incoerências. Não porque Phelps fosse negligente. Ele tinha apnéia do sono crônica, uma condição que, em casos extremos, provoca a morte em cadeia de neurônios. Causa: grandes períodos sem respirar ao dormir, totalmente involuntários e difíceis de perceber sem um irmão na cama ao lado pra reclamar dos roncos.
Aos treze anos, Phelps tinha cerca de 70% da capacidade intelectual que possuía aos onze. Por isso, ao revisar sua nova língua, deixou passar vários erros e ainda fez opções erradas, como coalhar as palavras de acentos. Segundo ele, porque os sons nasais do iroquês não podiam ser reproduzidos usando o alfabeto seco. Mas seu tutor confidenciou que Phelps invejava a variedade das línguas latinas e eslavas, queria transferir essa mística pro idioma americano.
Mesmo depois de ouvir as ponderações de especialistas, o congresso inflado de nacionalismo levou adiante a emenda de Frederick Phelps, mas Clinton, com medo da polêmica em ano de eleição dos governadores, recuou.
Phelps ficou muito abatido, mas com a inteligência ainda mais reduzida, acabou seduzido por outros interesses, como esporte e mulheres.
Intrigado com a mudança de personalidade do filho, Frederick Phelps consultou uma série de especialistas até descobrir o problema. O veredicto: a apnéia era não só crônica como agravada pela incrível capacidade pulmonar de Michael. E irreversível.
Estancado o processo de retardamento, Phelps ainda teve tempo de ter uma grande idéia: usar os anos de treinamento involuntário em apnéia para se tornar o melhor nadador do mundo, e assim arrumar outro jeito de dar vazão a sua ambição e seu patriotismo.
2 Comments:
At 4:15 PM, setembro 16, 2008, Anônimo said...
Oi Rodrigo!!
Achei o máximo o rumo dos comentários... a idéia é boa. Não ache que estava dando uma de "cricri" hein! Hahahaha
Beijos
At 11:20 AM, setembro 17, 2008, Rodrigo Rego said...
Pois é, não acredite em tudo que se lê aqui. Mas já vi que vc pegou o espírito!
Bjo! Volte outras vezes!
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