The Kinks
E já que estamos falando de transgressores modernos, não custa prestar homenagem ao pai de todos. O grupo inglês The Kinks foi o mais do contra de toda a contracultura, justamente por não tê-la seguido.
Os Kinks eram ainda um entre dezenas de protoBeatles que surgiram na Inglaterra quando, sabe-se lá por quê, tiveram o visto americano negado. Impedidos de entrar em contato com a psicodelia, usaram a tradição inglesa como fonte de inspiração.
Agora imagina a coragem necessária para, sem abrir mão do rock, subverter a subversão e se apegar aos valores desprezados por todas as outras bandas. Em Village Green Preservation Society, o vocalista Ray Davies defende a geléia de morango, a virgindade e o Pato Donald. Já na sutil e bizarra Autumn Almanac, a melhor da banda, ele reclama sobre suas costas reumáticas numa música sobre jardinagem.
Os Kinks também compunham canções de amor. Amor livre, sexo tântrico? Claro que não. Party Line, por exemplo, é pesada, ganchuda e fala sobre… tele-amizade! É mole?
Na época do flower power, ninguém entendeu e os melhores discos quase não venderam. Só hoje se constata que as músicas dos Kinks não envelheceram, ao contrário das tão celebradas bandas psicodélicas.
Pra quem quiser conhecer, segue o meu top ten, com links para o YouTube:
1. Autumn Almanac
2. Dead End Street
3. Days
4. Sunny Afternoon
5. Party Line
6. Lincoln County
7. Starstruck
8. Village Green
9. Harry Rag
10. Alcohol
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