quarta-feira, junho 25, 2008

Layouts atualizados da Hungry Mind

Considerando tudo que foi falado no último post, refiz o layout do site. Na verdade, bifurquei os caminhos e agora retorno com duas marcas e duas páginas iniciais diferentes.


Na primeira, mantive a marca, fazendo pequenos ajustes na tipografia (sugestão da Luyza, aprovada), nos ícones — agora coloridos e outros detalhes.

Na segunda, — tcharam, mudei de marca. Mesmo gostando da anterior, tinha a impressão de que a marca era feroz demais, e eu queria algo mais esperto — qual seria a melhor tradução pra witty? Acho que esta agora se aproxima um pouco mais, além de provavelmente se sair bem impressa — para futuros cartões de visita.

Além disso, a marca não tem uma série de defeitos apontados pelo Mauro e Anônimo — não parece um pac-man, não é amarela demais, as duas caras ficam mais perceptíveis e não parece mais simplesmente um rosto bifacetado — agora é a cabeça do cara mesmo que está sorrindo.

Pode ser que tenha uma míriade de outros defeitos que eu não estou enxergando, cabe a vocês tentar detectá-los.

Comparando os dois layouts per se, acho que o novo perde um pouco da qualidade do primeiro — embora talvez tenha menos da sensação de padronizado apontada pelo Alex. Se for este o mais votado, espero a contribuição de vocês para torná-lo melhor que o anterior.


Em seguida, fiz páginas internas da seção de portfolio. A dinâmica para os dois layouts é praticamente a mesma, então só me dei ao trabalho de fazer para o segundo. O portfolio vai ser colocado num esquema tipo blog, mais fácil de atualizar, e mais importante, possível de ser recebido por email ou RSS sempre que houver atualização. Ou seja, aqueles que assinarem o portfolio saberão sempre que eu colocar novos trabalhos. Se não chega a ser uma ferramenta de marketing, é um lembrete constante de que o site existe.

O portfolio será dividido em quatro partes: interativos, para sites e interfaces; animados, para animações em Flash e vídeos (quem sabe um dia), impressos, para design gráfico, e lúdicos, para jogos. Clicando no ícone portfolio, abre de cara o portfolio interativo, que é meu foco atualmente. Imagens dos trabalhos estarão empilhadas do lado direito, como num blog — ao invés de posts, projetos. Além das imagens, pode-se ver o nome e a nota do trabalho.

Sim, as pessoas vão poder dar notas a cada projeto. Acho que é uma forma de criar interesse e descobrir quais são os melhores trabalhos para os visitantes — ou ao menos quais estão mais bem apresentados.

Clicando adiante, o usuário vai para a página com detalhes do projeto. Na barra da esquerda, aparecem os outros trabalhos da mesma categoria (no caso, interativos). Ocupando a maior parte da tela, vêm, por ordem:

1- navegação linear, levando ao trabalho anterior e o seguinte;
2- título e permalink (se houver) do projeto;
3- interface para dar nota;
4- aqui, uma espécie de "navegação por qualidades", digamos assim. Cada quadro acima da imagem ressalta uma qualidade do projeto. Clicando no quadro 2, este vai para o lugar do quadro 1, e a imagem abaixo muda, exemplificando o que estiver escrito no quadro. Assim, se o quadro disser "marca animada", a imagem embaixo vai mostrar um logo se mexendo;
5- as imagens do projeto, que mudam de acordo com a navegação de cima;
6- descrição do case;
7- dados do projeto: data, parcerias, serviços prestados (com link para a página de serviços), etc.

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três, podem começar a descascar.

sexta-feira, junho 20, 2008

De volta à Hungry Mind

Fiz nova tentativa para a home. Me digam o que acham, tanto do layout quanto do novo logo. É só clicar na imagem para vê-la maior.


Quem quiser ver a antiga, está aqui.

E o post que a apresentava é esse.

segunda-feira, junho 16, 2008

Mudanças na barra lateral

Ei, você que vê o blog no leitor de feeds, dê um pulo no site propriamente dito, porque hoje as novidades estão na barra lateral.

Minha coluna da direita permanece idêntica desde o final de 2005, quando programei o computador para reformular o layout do blog. Até ontem ela exibia informações exíguas sobre mim e absolutamente nada sobre as razões de ser deste blog. Tinha links para blogs há muito acabados e uma caixa marrom interminável com todo o conteúdo acumulado em mais de três anos.

Não que o Desembolog tenha crescido e precisado de mais tentáculos para crescer rumo à dominação mundial, pelo contrário, continua um beco silencioso com poucas ruas cruzando-o além da superhighway do google, continua (por enquanto) não-monetizado e não atrai mais do que a mesma dúzia de gatos pingados.

O que mudou nesses três anos é que o blog deixou de pertencer a um estudante de design em intercâmbio na Alemanha e se transformou no único canal de comunicação na rede de um webdesigner freelancer.

Natural então que um pouco mais de informações sobre a minha até então quase oculta pessoa se fizesse necessária, então incluí ali ao lado alguns dados básicos como:

- nome
- profissão
- naturalidade
- email
- telefone
- portfolio (provisório)
- interesses e uma pincelada sobre a linha editorial do blog (não dá pra entrar em muitos detalhes, porque infelizmente até hoje ainda não achei uma linha editorial decente)

Além disso, atualizei o blogroll jurássico aí do lado, até então quase todo composto de links cara-na-parede. Os dois primeiros são blogs dos meus únicos amigos que continuam na ativa. O terceiro é um site onde se pode opinar sobre filmes, de outro amigo. Os três últimos são blogs que leio e podem interessar quem gosta daqui.

Por fim, depois de três anos o tempo começa a ficar cruel com blogs, acaba lambuzando de mofo nossos melhores posts. Resgatei uns quinze deles e coloquei-os onde mereciam estar, acessíveis na primeira página. Pra você que até agora não saiu do leitor de feed, segue a lista completa.
Escolhi meus favoritos. Esqueci algum? E aproveitando que este post é todo de oldies goldies: qual o melhor post que você já leu aqui?

quinta-feira, junho 12, 2008

Coisas que se gosta com as entranhas

Toda quinta-feira eu almoço com a minha avó. Nós comemos, sentamos no sofá e vemos TV enquanto o Alzheimer desmancha a sua consciência. Minha vó nem sempre lembra do meu nome, e às vezes esquece o caminho da cozinha para a sala. Mas ela ainda se diverte assistindo de novo e de novo ao show do maestro francês André Rieu.

É um show pavoroso em que o topete horrendo de André Rieu e sua orquestra prateada enfileiram hits de música clássica, musicais da Broadway, valsas e standards americanos. A platéia de aposentados se levanta pra dançar coladinho, um músico equilibra o trompete no queixo, caem balões coloridos, dois tenores brindam com champanhe no meio de the Phaaaantom of the Opera is there. E no final, o palco até então completamente caucasiano é invadido por 20 negros cantando Oh Happy Day.

Minha vó é gente viajada, que já esteve em quatro continentes, e mesmo assim assiste a essa embaixada da cafonice cantando cada música de orelha a orelha. Quando nosso cérebro começa a se acanhar, você descobre do que gosta com as entranhas.

Meu avô, por exemplo, que já foi até crítico de cinema, terminou a vida vendo só filme do Van Damme. Revelou que era porrada o que ele gostava com as entranhas.

E você? O que sobrará no seu caldeirão de preferências quando a consciência crítica definhar? Do que você gosta independente da beleza e da feiúra, do apuro e da tosqueira? Do que você gosta que não seja para montar a pessoa que quer ser? Do que você gosta porque não lhe resta alternativa?

Pode ser que o que sobre seja arte refinadíssima, e pode ser o show do André Rieu, mas não importa. Nas entranhas são todos iguais.

Já vi gente com paixão verdadeira por documentários sobre a segunda guerra. Ou visitas guiadas a fábricas de carros. Aulas de papel machê. Guitarristas espalhafatosos. Nouvelle Vague. Palavras cruzadas. Contos pornográficos.

Fiz uma lista de coisas de que gosto por instinto, que começa por si própria. Segue:

- listas e rankings, principalmente se bem embasados e megalomaníacos. Por exemplo, o livro As 100 maiores personalidades da história, que relaciona personagens importantes ao mesmo tempo em que expõe critérios para a classificação de cada um;
- livros que tenham mapas e linhas do tempo complementando a história. A única coisa que me fascina no Senhor do Anéis é o mapa da Terra Média. Além disso, adoro aquelas plantas baixas com a disposição dos quartos dos suspeitos nos livros da Agatha Christie;
- Lost. Pena que a ilha não tenha um mapa oficial, aí ficaria ainda mais legal (este é um dos não-oficiais);
- Smokey Joe Cafe, um musical com canções da dupla Leiber & Stoller;
- filmes de escola americana, principalmente se no final o nerd ridicularizar os bullies e pegar a prom queen;
- as idas e vindas de Ross & Rachel, que na verdade é um desdobramento do item anterior;
- Blues Brothers, o filme dos irmãos blueseiros com as melhores cenas musicais e perseguições de carro do cinema.

E você, o que sobra se sua cabeça ficar vazia?

* * *

terça-feira, junho 03, 2008

Maio negro

São muitos e muitos motivos que me afastaram do Desembolog mês passado. Tantos que fica difícil concatenar numa ordem lógica, tantos que eu nem me sinto na obrigação de justificar minha ausência. Mas vocês têm sido bons leitores, e eu sei que a falta dos posts semanais tem causado quase tanto sofrimento quanto os reveses deste maio negro. E pensar que começou com uma simples tendinite…

Dia primeiro de maio, feriado prolongado, e eu já estava no segundo parágrafo de um post sobre o caso Isabela, quando noto um início de dormência na mão direita. Fiz o que todo homem maduro faz nesse caso. Ignorei e continuei escrevendo. Pelo final do terceiro parágrafo a dor estava insuportável, e tive que largar o post bem na melhor parte do argumento de defesa da madrasta injustiçada.

Continuo amanhã, pensei, ingenuamente. Acordei sem conseguir mexer os dedos. Mal podia levantar o copo de leite, nem sequer fazer meu sanduíche de requeijão. Não escrevi naquele dia, nem no outro e no outro. No sexto meu pulso amanheceu roxo.

Não é somente uma tendinite, disse o médico. Sua mão está necrosando.

Minha mãe caiu em prantos, falando “a culpa é minha (tosse, tosse) eu não devia ter forçado o garoto a ser destro (tosse)”. E o médico virou pra ela, pare de besteira, ele disse, vou solicitar uns exames pra ver o que seu filho tem. Depois saiu da sala apoiado na bengala.

Fiz ressonância magnética, bati chapa, punção lombar, traqueostomia, entrei e saí da UTI duas vezes, e no 13o dia o médico veio ver o que sobrava de mim:

— Tome isto duas vezes por dia e você vai ficar bom.
— Neosaldina?
— É. Você tem um coágulo no metacarpo direito que quase te fez perder a mão. Por causa de vários diagnósticos errados, a situação ficou pior do que deveria. Mas um dos efeitos colaterais da Neosaldina é o afinamento do sangue, e com isso o coágulo deve se dissolver.
— Mas como ele foi ter isso justo na mão, doutor? perguntou minha mãe.
— Parece que no final a culpa era mesmo sua, dona Rose. A tendência à formação de coágulos no metacarpo é uma condição genética raríssima transmitida pela mãe.

Instantaneamente minha irmã Letícia começou a sentir a mão doendo também.

— É psicológico, disse o médico, e saiu mancando.

Era psicológico mas era forte: cinco duas depois ela mal podia mexer os dois braços, e teve que fazer a prova da Uerj segurando a caneta com a boca. Com metade da prova, a caneta escapou e ela não conseguiu pegá-la de volta, nem os concorrentes se dispuseram a ajudar. Ela completou só metade das múltiplas escolhas e acertou dois terços do que marcou. A nota não era suficiente para ser aprovada, então nós lamentamos em casa por quatro dias seguidos.

No 23o dia, para surpresa de todos, o nome da Letícia saiu na lista de aprovados da Folha Dirigida, entre os 5% de vagas reservadas a deficientes. Ela ficou tão feliz que esqueceu o coágulo psicológico e comemorou batendo a mão na primeira coisa sólida que viu na frente -— meu teclado. Apertou a improvável combinação Ctrl + Alt + Num Lock + Ç + X + N, que provoca a implosão do computador.

Eu sofri como nunca tinha sofrido a perda de um ente querido, e passei a semana em reclusão. Mas nesta segunda recebi pelo correio um novo laptop acompanhado de uma carta com o logotipo da Apple atrás, que dizia:

“Nós sentimos muito em saber que, para proteger os segredos industriais da nossa companhia, o sr. tenha que ter apertado a combinação secreta de teclas que só os desenvolvedores senior da Apple têm acesso. Como prova de gratidão pela sua lealdade, estamos lhe enviando o um MacBook últimio modelo.

Eu só lamento ter perdido o arquivo com o texto sobre o caso Isabela. Teria sido um excelente post. Mas azar. Acho que este aqui também foi.

Profile

Rodrigo Rego

Sou designer, fascinado por bandeiras, jogos de tabuleiro, países distantes, e uma miscelânea de assuntos destilados quase semanalmente neste espaço.

Visite meu site, batizado em votação feita aqui mesmo, Hungry Mind.

rodrego(arroba)gmail.com
+55 21 91102610
Rio de Janeiro

Links
Melhores Posts
Posts Recentes Arquivos Powered by Blogger

Creative Commons License