segunda-feira, outubro 29, 2007

Trilha sonora particular

Hoje saí de casa ouvindo Who's Your Baby Now?, do Mark Knopfler. Fiquei com a ótima impressão de início de filme de comédia, o protagonista abre a porta sorridente e toca uma música alegre pra ilustrar o seu bom humor, e segue assim até acontecer a primeira merda.

Como o meu dia não é um filme, não deu pau em nada ainda. Mas sempre se fala que a vida seria muito melhor com trilha sonora. E hoje eu tive essa exata sensação, ajudou a abrir bem minha semana. Se estiver de mal com a vida e quiser tentar também, eis a fórmula:

- escolha uma canção simpática que você não ouve há muito tempo.
- volume máximo no iPod.
- dê o play assim que passar da porta da frente de casa. Sincronia é importantíssimo.

domingo, outubro 28, 2007

Brainstorm de nomes para o meu domínio

Cartola não colou. Por mais que eu achasse simpático, não há argumentos contra a rejeição unânime. Não tenho mais nenhuma boa idéia. Chegou a hora do brainstorm.

Brainstorm pra quem não sabe é o processo coletivo de livre geração de idéias. É o contraponto natural ao pensador solitário. Ao contrário do gênio eremita que amassa papéis com primeiras frases para um romance de vanguarda, uma idéia num brainstorm não tem compromisso com qualidade nem lógica.

Comparando com ratos num labirinto. O rato solitário fica onde está, analisando correntes de vento até se decidir pelo caminho certo até o roquefort. Os ratos do brainstorm saem correndo ao mesmo tempo por todas as entradas do labirinto, até que um tropeça no queijo por acaso.

Vamos tentar tropeçar numa solução, pinçar uma avalanche, e quem sabe achamos por tabela um nome para o projeto final da Brenda e para a loja da Lili. Seguem as diretrizes:

- o nome não pode se restringir a design, deve ser geral o suficiente para englobar outras atividades criativas paralelas. Afinal, o site vai hospedar não só o meu portfolio, mas também este blog, e o que mais eu achar que deve.
- o domínio se refere a um indivíduo, não a uma empresa. O nome não deve passar a impressão de haver uma grande organização por trás do trabalho, com almoxarifado, RH e etc.
- o nome deve ser sonoro, mas principalmente ter carga semântica. Nada de nomes em latim que não dizem nada, por exemplo. No entanto, desde que passe uma mensagem (qualquer que seja), não há barreiras lingüísticas.
- humor é sempre bom.
- sintam-se livres para desrespeitar qualquer regra. Elas são só um parâmetro, mas isso é um brainstorm.

quarta-feira, outubro 24, 2007

Um domínio pra chamar de meu

Preciso de um nome para o meu portfolio online. Desisti de dar a ele o meu próprio. Batizar seu site com nome e sobrenome já está muito batido, ainda mais agora que até nas extensões tem gente inovando. Outro dia encontrei uma agência cujo endereço era gringo.nu. A crueza e a estranheza de uma extensão como essa antecipam o impacto do site, mesmo que ele não seja impactante. Queria poder usá-la no meu portfolio, mas rodrigorego.nu acabaria em escândalo. Rodrigorego.com também não pega muito bem, embora seja definitivamente melhor que rodrigorego.sem. Meu nome ficaria mesmo trágico num site.

Eu gosto de nomes que reforcem o clima do site. Adoro wanderingabout, do Alexandre VdS. Bem legal também é um outro .nu, workforfood.

Nunca daria ao meu site um nome descritivo demais, tipo companiadedesign.com, até porque ele não vai se limitar à minha área de atuação profissional. Quero que tenha um pouco de tudo, e embora um marqueteiro convencional vá me aconselhar a não misturar webdesign com contos, printable games com blog e design gráfico com tiras em quadrinho, eu sinto necessidade de colocar todas essas vertentes criativas na internet, e melhor do que dispersá-las em seis sites perdidos é juntar tudo num quase portal levemente ególatra.

Pensei em chamá-lo de cartola. Cartola.nu, ou cartolaalgumacoisa.com ou .net. Gosto da imagem da cartola e das coisas que saem de dentro dela para representar o meu trabalho. Me passa a idéia de algo extremamente inventivo e ágil, pra não falar em mágico. E posso ainda justificar o nome com uma ilustração do tipo exuberante na home, com o menu do site e mais um monte de balangandãs fazendo movimentos aleatórios saindo de dentro da cartola vetorial. Depois posso estender essa mesma identidade para outros itens de comunicação pessoal, como um cartão de visita. Posso apresentar numa página “sobre mim” uma foto com a mesma cartola da home colocada artificialmente na minha cabeça.

Pra brincar dá de monte. A idéia é boa. A pergunta é: será que é através desse endereço que eu quero ficar conhecido por longos anos? A ilustração, a identidade, e até a cartola eu posso tirar do site sem grande prejuízo, mas mudar o domínio é mais complicado. É como mudar de telefone ou email, as pessoas passam anos se tentando se comunicar com o antigo. Será que cartola.com ou similar tem cancha para virar a minha identidade permanente na web?

* * *

- a origem da extensão .nu

sexta-feira, outubro 19, 2007

O que é pirataria?

Aliás, o que é pirataria e o que não é? Pra mim é fácil: dividir música, filme, livro, software e etc. é ético. Comprar e vender, fomentar um mercado que lucre com a obra alheia é antiético.

- Comprar DVD no camelô é antiético.
- Baixar música no LimeWire é ético.
- Copiar os CDs do seu amigo ou xerocar o livro de medicina é ético.
- Copiar DVD do camelô é antiético.
- Compartilhar um filme antes de ele ser lançado em DVD é antiético. Pressupõe que o arquivo teve origem em alguém que não o comprou (e que, portanto, não tem o direito de compartilhá-lo).
- Burlar senhas e esquemas de segurança que impedem um software de ser copiado é ético. Uma empresa não deveria ter o direito de impedir que seu software seja compartilhado. Ainda mais cobrando o preço que a maioria cobra.

Nessas horas eu queria ser juiz, só para abrir uma porção de jurisprudências.

quinta-feira, outubro 18, 2007

Criptocríticas: Tropa de Elite

Tropa de Elite suscitou dois tipos de debate. Primeiro, sobre a pirataria. Depois que estreou, sobre o seu suposto fascismo. Não vi ainda, por isso vou criptocriticar a polêmica, e não a obra.

Adoro a contradição que os dois debates geram quando postos lado a lado. O povão que babou de prazer em massa com os métodos do Bope aceita a tortura e concorda que é a pleiboizada maconheira que sustenta o tráfico. Engraçado. Pois se todo mundo comprou o filme no camelô, não estão incentivando um outro tipo de comércio ilegal?

Se eu fosse traficante, já saberia o que vender se as drogas forem descriminalizadas.

terça-feira, outubro 02, 2007

Criptocríticas: O Mundo de Andy

Eu e Paula temos cada um suas paixões artísticas já embasadas, consolidadas mas nem sempre coincidentes. Por isso cada vez que um tenta entronizar o outro em seu panteão particular é como um duelo em que aplaudir no final equivale a admitir a derrota. Foi assim com Calvino e Vida de Brian, que ela agora adora, mas com o Mundo de Andy não devo ter passado de um empate, o que me leva a pensar na razão de eu achar tão sensacional um filme que ninguém dá por mais que mediano. Não é o melhor do Milos Forman. Jim Carrey costuma render mais bilheteria. Mas melhor que ambos, o trunfo do filme é o comediante Andy Kaufman, o biografado. Se eu me identifico? Claro. Parte da sua graça vinha de enganar o público com mentiras mirabolantes (pronto, entreguei minha fonte de inspiração), a ponto de alguns duvidarem de sua morte mesmo vinte anos depois. A outra parte vem da mistura única de grosseria e ternura que ele usa em seus números. Segue o Supermouse, um dos meus favoritos.

Profile

Rodrigo Rego

Sou designer, fascinado por bandeiras, jogos de tabuleiro, países distantes, e uma miscelânea de assuntos destilados quase semanalmente neste espaço.

Visite meu site, batizado em votação feita aqui mesmo, Hungry Mind.

rodrego(arroba)gmail.com
+55 21 91102610
Rio de Janeiro

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